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quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

"rursum puer esse" Renovatio ( renascer ) Vita ( vida , vitalidade ) Renovatiovita



Quem vive e quem morre , quem morre e quem não vive , é a vida , hora um espelho , hora um espectro de uma sombra incerta , vive o assassino de nossas forças tão conjunto a todas as nossas negações , quanto aos nossos convenientes juízos , tudo é invenção ...
O sentir em crepúsculo secular não conhece a aurora de novos tempos , quem sabe o amor busca a bi polaridade e o sexo todos os gostos ou quem sabe desgostos ?
Deuses ladrões de galinhas , levaram os sonhos junto a todas as mitologias ou quem sabe o último deles , um velho barbado e irascível , vaidoso , sempre a querer ouvir seu nome , por frágeis criaturas da terra que tem uma alma , roubou ou a lógica elementar , ou quem sabe o senso de humor ou quem sabe alimenta tantos céticos , rouba-me a fé e entregam-me de bandeja a lógica fria e decepada , nem o sol tem mais brilho ou calor , no inverno cruento da alma...
Durma minha alma , acalentado pelas carícias de meu corpo esperançoso , durma pois sei que um dia roubarei as asas de um anjo , mas não voarei para o céu , nem abraçarei o infeliz e derrotado anjo caído , que espera o fim do que sempre foi eterno e sempre será ...
Durma meu corpo , vestido de minha alma nua , no silêncio envolvente da eloquência do infinito , durma e venha , venha navegar por entre estrelas virginais e seres recém nascidos , com seus sonhos recém criados , venha minha alma e dê-me um beijo de luz , dê-me um nome ou quem sabe um ato , quem sabe o esvoaçar das asas de um beija-flor ou um arco-iris , vida , vida , vida tão somente a vida , leveza que arrebata o frio embate da razão , palavra sem palavra que fala mais do que cala , verbo sem verbo que é toda ação...
Não , nem deus está errado , mas tão somente o covarde ser que inventa grilhões para seu ardiloso poder , covarde , fraco e mais que mortal , patético estado de vida que quer reinventar a vida por conceitos e doutrinas doentias , não , nenhum sentido está errado , mas tão somente o sentido que este quer dar a tudo , para controlar , emudecer , calar a verdade e assassinar o sonho, nem diabos e nem cruzes , nem espinhos e nem flores , tudo existe a partir do que sinto , do que faço e do que faço sentir e mesmo que as ordálias de tudo quanto existe na grande cidade da humanidade , procure subtrair a essência de tudo quanto sou capaz de ser , espontaneamente , serei e caminharei , mesmo que com outros pés e outras dúvidas , outro corpo e pessoa , irmão ou eu mesmo junto a um irmão , caminharemos para a redenção da necessária ignorância que tivemos no caminho.
Mas quem sou eu ? essa partícula indizível que não tem morada , se eu o se outro , que diferença faz se ambos somos do sol , se ambos somos o pó das estrelas eternas e voltaremos a nascer estrelas distantes , pode meu nome ou minha forma cidadã seduzir o cosmos com sentido mais salutar que um indígena que estava ligado as árvores e aos animais ? Pode minha forma cidadã superar qualquer outra forma cidadã , de qualquer outro tempo e espaço ? Devo presumir que sou renascido ou reencarnado , se for pelo menos mudo e emudecido de mim mesmo , imagine se eterno de minha eterna negação , oh Deus cale-me de mim mesmo , cala-me...
Negação pois desaprendi a ser criança , desaprendi o sabor indelével das perspectivas , perdi a inocência ou a doce decência de ser a eterna criança , sim é esta a resposta , da pergunta que não fiz , mas sinto ...
Eis um dos mistérios da vitalidade , eis o que move o corpo ao sabor do espírito que sempre cresce e da alma alimentada sem os pecados de ir contra as doutrinas , ainda é tempo , não é mera inconsequência e muito menos fuga , voltar a ser criança , uma criança anciã , sempre pronta a aprender , uma criança , pronta , para andar pelo infinito e viver a eternidade...


Luiz Grimaldi




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